segunda-feira, 13 de agosto de 2007

abandono, é isso. queria um afago...

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Ao esconderijo. Para fugir do sol
encontrar estrelas
décimo corredor última porta, à esquerda
Bom-dia. Seja bem-vindo.
Fique à vontade. Talvez nem tanto.
Tenho um segredo.
Lembra da noite em que eu ainda não lhe conhecia
e fui ver meu declínio terminar no mar?
Eu apontei estrelas cadentes
praguejando aquelas mentiras
e nasceram verrugas em mim...
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Vai-te daqui, se quiseres
o chão está sujo
assim como meus olhos
como meu corpo, minhas mãos...
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[ - Cale a boca
e me deixe dormir
em seu colo, em paz,
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para sempre, até a noite acabar...]

sábado, 12 de maio de 2007

Dói
mas só quando eu respiro.

Apaga a luz
tranca as portas
meus sentidos extenuam-se na multidão
e eu sou outra quando estou em mim.
Vai,
fecha-me os olhos
eu não quero ver ou ouvir ninguém
eu não quero sentir nada

nada que não seja eu
posto que já não sou muito

e, para o nada,
basto-me só.

terça-feira, 10 de abril de 2007


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Da menina branquinha
lembraram as cores
depois que o arco-íris veio
e ficou um cheiro intenso no ar
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[Ela pegou um giz
e desenhou o sol
enquanto chovia.
Quando o aguaceiro passou
e o sol sorriu,
ela fugiu com a água,
de capa e galochas,
a saltitar entre as poças
e desenhar horizontes
nos olhares distantes e perdidos
dos sonhadores que guardavam o entardecer]

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terça-feira, 3 de abril de 2007

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Sorrindo na janela
A lua se debruça
Sobre as cantigas de ninar,
Embalando os ruídos
Duma madrugada distante
Que se perdeu nos sonhos
Da menina avoada
Com um riso bobo na cara
E estrelas nos olhos
Por saber que a olhar a mesma lua
E a sonhar os mesmos sonhos
Estava o espantalho
Inventando felicidade
E desenhando o céu
Para que os dois pudessem voar

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segunda-feira, 2 de abril de 2007

Insônia
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Dançam as sombras
refletidas no teto
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Meus sonhos se confundem
com o movimento na rua
e as bailarinas da escuridão
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quarta-feira, 21 de março de 2007

Não agora, não hoje
Não perturbe meu sono, moça triste

Feche-me os olhos
Não me deixe ver...
O fio que me liga a teu mundo
logo arrebenta
e nunca mais,
ou talvez para sempre,
eu dormirei em paz...
E aí você poderá descansar.

Mas não me diga,
Não me conte o que se passou
Eu preciso dormir,
E prefiro não sonhar,
Apenas apague a luz
e se vá.

Eu preciso chorar,
deixe-me só...

quarta-feira, 7 de março de 2007

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A nudez silente da noite
assustou-se com um pirilampo
que brincava de estrela cadente
no través do amanhecer
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terça-feira, 6 de março de 2007


Trago da noite

sombras e estrelas

junto a meus sonhos

Trago desenganos

devaneios

um olhar perdido

num canto qualquer

Trago o poente,

todas as cores feito aquarela,

todos os gritos feito lamento,

todas as lembranças feito perfume

esvaindo-se num suspirar.